Em Cartaz #22: Girl Power e um drama pós-guerra

, em sexta-feira, 3 de março de 2017 ,
Posso garantir a vocês que já assisti um dos melhores filmes do ano com certeza! Aliás, ele já se tornou um dos meus "favoritos-da-vida!", como gosto de dizer. E ele é Estrelas Além do Tempo!



O drama baseado em fatos reais narra a luta das mulheres negras que trabalhavam para a NASA em 1961, na época do desenvolvimento do programa espacial e das primeiras tentativas de fazer vôos tripulados na órbita terrestre.
É bem naquela época da Guerra Fria e da disputa de avanços bélicos e tecnológicos entre os EUA e a Rússia. E, além disso, dentro dos EUA existia a cisão racial ferrenha, que separa negros de brancos de forma explícita e legal.
Então a NASA era lotada de homens brancos trabalhando e sendo reconhecidos, porém em um prédio no campus oeste ficava um grupo de mulheres negras, conhecidas como "computadores". Tinha um grupo de mulheres brancas também, encabeçado pela sra. Vivian Mitchell (Kirsten Dunst), que levava as ordens de serviço para o grupo das negras, mas elas não interessam.
Quem interessa são Dorothy Vaughan (Octavia Spencer), Katherine Goble (Taraji P. Henson) e Mary Jackson (Janelle Monáe). Elas são amigas e vão lutar para crescer em seus cargos apesar de a sociedade não dar suporte para isso.
Dor é a líder do grupo oeste e faz o trabalho de uma supervisora, organizando as mulheres e distribuindo as funções, porém não recebe nem é reconhecida como tal e vai lutar para mudar isso. Além de aprender uma tecnologia nova que ela logo percebe que pode vir a ser muito importante.
Mary ama engenharia e seu cargo permanente na equipe que desenvolve os foguetes espaciais, porém ela não é engenheira formada, pois no estado não há faculdades de engenharia que aceitem negros em suas turmas, especialmente mulheres. Mas ela vai mudar isso.
E Katherine é um gênio da matemática. Por isso ela vai para o grupo de cálculos, sob o comando de Al Harrison (Kevin Costner) - a primeira pessoa negra a trabalhar lá. Sua recepção não é nada boa e logo ela sente ainda mais a discriminação, porém seu amor pelo trabalho e os desafios que este apresenta a ela a fazem aturar tudo, até chegar um ponto em que não dá mais e a MELHOR CENA do filme acontece, seguida pela segunda melhor que é protagonizada pelo Kevin Costner.


"Baseado na história real não contada."
"Conheça as mulheres de quem você não sabia, atrás da missão que você conhece."

É impressionante ter essa visão mais real da segregação racial como era na época, porque a gente estuda isso, sabe que foi terrível, mas ver na telona impressiona mais ainda. E eu tenho certeza que ali ainda foi suavizado, mas mesmo assim.
Cada uma das protagonistas tem sua particularidade, mas amo todas. Dor é aquela que observa, estuda e depois aparece "mandando na porra toda" (Go Girl!). Mary é mais espevitada e desbocada; dá para saber que ela vai longe porque ela vai atrás do que quer e vai ganhar nem que seja no grito. E a Kate é aquela mais conformada, que aceita tudo, só que chega um ponto (aquela melhor cena de que eu falei) em que ela explode e aí, amigos, ela põe todos no seu devido lugar.
Outros personagens de quem gosto muito são o Harrison (Costner) e o astronauta que tem mais destaque, John Glenn (Glen Powell). O Harrison não está nem aí se a Kate é negra ou não, mulher ou não, o que interessa para ele é que todos façam seu trabalho bem feito e rápido; é aí que surge um aliado à diminuir a segregação. E o astronauta é um fofo, que aparece pouco, mas adoro as cenas dele, o jeito natural como ele trata a Kate e as outras.
Já com a sra. Mitchell eu me diverti a sessão inteira dizendo para ela ficar quieta e se tocar e sossegar o facho e deixar as garotas quietas e tal, porque a criatura tem toda aquela pose de "sou uma dama importante e você não vale o chão que eu piso", então o final, ah!, ele não poderia ser melhor!
Outro que leva belos "tapas na cara" é o Paul Stafford (Jim Parsons), que aprende que uma mulher pode sim ser muito melhor que ele na matemática.


Go girls! s2

O filme foi indicado a três Oscars - atriz coadjuvante com a Octavia Spencer, melhor roteiro adaptado e melhor filme -, dois Golden Globes, um Bafta e ganhou o SAG Awards de melhor elenco em filme, além de ter sido indicado em outra categoria. Ao todo foram 67 indicações e 27 prêmios em vários lugares.
O título original é Hidden Figures, que seria traduzido como Figuras Ocultas, o que deixa bem claro do que trata o filme, porém eu gosto do título que ficou no Brasil também.

Depois disso, o que falar do outro filme que vi?



Bem, Aliados se passa em 1942 e narra como Max Vatan (Brad Pitt), um agente da inteligência canadense, conhece e se apaixona por Marianne Beauséjour (Marion Cotillard), uma agente da resistência francesa.
Eles são colocados para trabalhar juntos e derrubar um importante representante do 3º Reich. Depois da missão, os dois vão a Londres e se casam. Porém, poucos anos depois surge a suspeita de que Marianne seja uma espiã e Max recebe a missão de investigá-la e inocentá-la em 72 horas, ou ele mesmo terá que matar a esposa e mãe de sua filhinha.
Esse é bem bom também. Um drama cheio de cenas em que os olhares dizem mais que qualquer fala e eu gostei muito dos personagens. Mas não é para aqueles que gostam de filmes cheios de ação, pois tem boas sequências, mas no geral é um filme mais lento.

Assim fica a dica de que TODO MUNDO tem que assistir Estrelas Além do Tempo e quem gosta de dramas pós-guerra pode gostar de Aliados.
Quem já assistiu me diz aí o que achou!

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