#305: Arrabal e a Noiva do Capitão – Marisa Ferrari

, em sexta-feira, 24 de julho de 2015 ,
Editora: Novo Conceito
Páginas: 368
Ano: 2014

Sinopse (Skoob):
Giordano e Giuseppe são idênticos na aparência, mas suas almas não poderiam ser mais diferentes. O bravo Giordano é o capitão-chefe da Guarda Real. Giuseppe é um ator de coração puro e alegria contagiante que viaja com sua trupe para se apresentar nas praças e castelos da região. De caráter inflexível, Giordano tem como sua maior missão proteger o Rei. Por sua vez, o sonhador Giuseppe deseja escrever uma peça de teatro com diálogos, o que seria uma inovação para a época. Embora não sejam propriamente amigos, os dois irmãos vivem uma espécie de acordo de cavalheiros, respeitando o espaço um do outro e lidando com o delicado estado de saúde de sua mãe. Até que a formosa Luigia acaba com a paz da família Romanelli...
Arrabal e a Noiva do Capitão nos transporta para a incrível Nápoles do século 18, magistralmente reconstruída por Marisa Ferrari. Uma história que resgata a magia do teatro e nos convida a compreender a beleza que existe nas contradições.


Arrabal foi, em sua infância, Giuseppe, filho de aristocratas de Napolés. Porém seu gosto pelos sonhos, pelo teatro, o distanciaram da família e do irmão gêmeo. Giordano cresceu para se tornar capitão da guarda do rei. Homem respeitado e honrado, muito querido por seu pai.
Eles não convivem há muito tempo. Nunca estão em Napolés na mesma época. Porém, circunstâncias acontecem e prendem os dois à cidade num mesmo período. A principal delas é Luigia, uma jovem e bela viúva, pela qual ambos os irmãos vão se apaixonar. Qual dos dois ficará com ela é a grande dúvida.

O livro é bom. Eu gostei dos personagens, gostei da história, mas fiquei nisso. Só um “gostei”. Não fiquei entusiasmada, grudada na história, nem nada. E quanto ao final – há um apêndice após o último capítulo –, vocês bem sabem que eu adoro um epílogo, mas nesse caso, acho que tirou um pouco da magia da história. Por mim, teria passado sem ele. (Talvez, sem ele, tivesse até dado um quatro como nota.)
Arrabal é a representação da magia, dos sonhos, do “o que pode ser”. Ele encanta e arrebata. Giordano, o Capitão, é a representação do real, do “o que é”. Ele também encanta, do seu jeito, assim como a realidade encanta a cada um. Luigia representa a pessoa normal, com suas dúvidas, desejos e anseios, com o querer sonhos na realidade e o real no sonhar.
O que me passou o livro como um todo é que ele é isso, o real dentro do sonho e o sonho no real. Acho que Marisa quis jogar na narrativa essa dualidade do ser humano, ou posso estar filosofando demais algo bem mais simples. Porém, durante a maior parte da leitura eu não via um propósito na história.
Vejam bem, a gente pega um romance e sabe que por mais desvios que a história tenha o propósito é contar um conto de amor; se é um livro policial, o propósito é desvendar o crime; e por aí vai. Vi que em Arrabal e a Noiva do Capitão, o propósito era a história dos irmãos Giordano e Giuseppe, mas acontece tanta coisa que, apesar de no fim ficar tudo bem amarradinho, achei a construção um pouco solta.
No entanto, como já disse, eu gostei do livro. É uma leitura leve, até fofa, que emociona um tanto, e tem um toque de magia nela – não a magia de bruxas –, mas uma magia de sonho e foi isso que me fez gostar mais da história.
Um ponto que não foi negativo, mas me incomodou um pouco é que tem frases completas em italiano e francês sem uma tradução em sequência. As italianas não foram tão problemáticas, pois a língua é próxima do português e consegui entender pelo contexto, mas algumas frases em francês ficaram sem entendimento e achei desnecessário o uso delas.

Nota: 3,5/5.



Escolha da San para o GBC de Julho.

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