Resenha #50: Estilhaça-me - Tahereh Mafi

, em sábado, 21 de abril de 2012 ,
Editora: Novo Conceito
Páginas: 304
Ano: 2012

Sinopse (Skoob):
Juliette não toca alguém a exatamente 264 dias. A última vez que ela o fez, que foi por acidente, foi presa por assassinato. Ninguém sabe por que o toque de Juliette é fatal. Enquanto ela não fere ninguém, ninguém realmente se importa. O mundo está ocupado demais se desmoronando para se importar com uma menina de 17 anos de idade. Doenças estão acabando com a população, a comida é difícil de encontrar, os pássaros não voam mais, e as nuvens são da cor errada. O Restabelecimento disse que seu caminho era a única maneira de consertar as coisas, então eles jogaram Juliette em uma célula. Agora muitas pessoas estão mortas, os sobreviventes estão sussurrando guerra – e o Restabelecimento mudou sua mente. Talvez Juliette é mais do que uma alma torturada de pelúcia em um corpo venenoso. Talvez ela seja exatamente o que precisamos agora. Juliette tem que fazer uma escolha: ser uma arma. Ou ser um guerreiro.


Incrível! Acho que era o tipo de literatura pelo qual estava esperando e ainda não tinha encontrado.
Já li sobre bruxos, magos, lobisomens e vampiros e outros tantos personagens que possuem habilidades especiais, mas como o universo que a Tahereh criou não me lembro de já ter lido.
Adoro filmes de super-heróis como os do universo Marvel, mais especificamente os X-Men, e durante a leitura de Estilhaça-me, me deparei com características de alguns personagens parecidas com as mutações de uma das minhas franquias cinematográficas preferidas.
Apesar dessas semelhanças, as coincidências param por aí.
Juliette Ferrars é a personagem principal e está presa em um manicômio depois de ter machucado algumas pessoas com seu toque. Há muito tempo que ela não vê ninguém até que um rapaz entra em sua cela e passa a dividir o espaço com ela.
Ele lhe parece conhecido. Alguém com quem teve contato durante sua infância, quando ninguém a compreendia, nem mesmo seus pais. Ele é Adam, o garoto com que ela estudou e que a defendeu das outras crianças algumas vezes, ainda que não falasse com Juliette.
Depois de um tempo convivendo, eles são levados a outro lugar, onde Juliette conhece Warner, um homem que é obcecado por ela e pelo que ela é capaz de fazer aos outros. Na verdade, ele a obriga a ferir um soldado do Restabelecimento – o grupo governante. Juliette não confia em Warner e não se sente nada confortável em sua companhia.
Depois de muito tempo sem ver a superfície, ela tem uma noção de como está seu país: devastado. As paisagens são cinzentas, as pessoas são cinzentas, não há alegria nem companheirismo. Todos seguem ordens e não as descumprem por medo da punição.

Juliette se pergunta muito se é louca, se é um monstro. A história nos é contada pela perspectiva dela, mas isso não nos impede de ver as reais intenções dos outros na maioria dos momentos, pois depois de sofrer muito, Juliette desenvolveu uma percepção bastante aguçada das pessoas, apesar de às vezes ser meio insegura.
O romance está dosado na medida certa e me fez torcer muito pelo casal. Além de ficar um pouco angustiada em algumas passagens.
Tahereh usa um tipo de escrita que envolve a repetição de palavras ou expressões e a falta de pontuação, além do tachado em algumas frases que, nas primeiras páginas me incomodou um pouco, mas logo que percebi a intenção de tudo me deixou extasiada.
Há também uma poeticidade no texto, em determinadas passagens ou comparações que quebra o ritmo de tensão e meche com os sentimentos do leitor. É empolgante!
Quando percebi que tinha chegado ao epílogo, parei e quase me neguei a terminar de ler, pois sei que agora terei que esperar um bocado pela continuação. (É uma trilogia, coles.)
Depois de tantos elogios, alguém duvida que indico?!! Principalmente se você gostar de X-Men e Quarteto Fantástico, leia! E procure pelos personagens que se parecem. ^^ Me diverti fazendo isso.

Nota: 5/5. E entrou para os favoritos, dentro da categoria “ansiosa pela continuação”.

Camila Araújo

Nenhum comentário :

Postar um comentário