Café dos Cole #4

, em domingo, 6 de novembro de 2011 ,
Olha o Café aqui mais uma vez!

A Ana Letícia assumiu por uns tempos e vocês vão ver o que ela aprontou por aqui. =)



"Eis que surge Ana Letícia. Trajando roupas normais e pela porta da frente. As portas se abrem automaticamente, Shaoran Li sai em companhia de Sakura Kinomoto e Kero – eles vem aqui com freqüência. Me atrapalho saindo da frente deles e me desculpo do modo oriental, baixando o tronco e a cabeça. Eles riem em simpatia, dizem um até logo e pegam o táxi parado na esquina. Viro para a porta. Congelo ao ver o chefe ao lado de Camila, provavelmente, reclamando de alguma coisa que não saiu tão perfeita como ele queria ou pelo meu atraso. Ugh. Vou pelos fundos.
Entro pela porta dos fundos, a que só os meros serviçais do Rei do Mal tem acesso. Na ponta dos pés, vou andando, passo pelos cozinheiros que me cumprimentam animadamente e entro na sala de reunião dos empregados. Pego meu uniforme de dentro da bolsa, ao virar para me trocar no vestuário, sou surpreendida pelo Demônio que me observa com olhos afiados como navalhas.
“Você está atrasada, plebéia.”, leio isso nas entre linhas de uma áurea negra que paira no ar, ele sustenta um sorriso desdenhoso e controlador. Ih! Que medo dele! Vacilo na minha fuga desesperada para o banheiro, tropeçando sobre meus próprios pés e caindo no chão. Um baque enorme é seguido pela queda de materiais de limpeza, caindo e chocando contra minha cabeça já fraturada por cair de cara no chão.
Ok, eu abri a porta errada e ainda vou levar uns pontos na testa. Que maior desgraça pode me ocorrer? Viro miseravelmente para o meu chefe, ele sorri e friamente me dá cinco minutos para ficar pronta. Vesti-me num intervalo de três a quatro, ele pediu que eu desse meia-volta e melhorasse meu estado. Bufei. Verifiquei os botões da blusa branca, baixei as mangas longas que estavam nos cotovelos e arrumei meu avental sobre a calça preta.
- Satisfeito, chefia? – virei para ele com um sorriso irônico.
Kyoya Ootori ajeitou minha gravata borboleta a contra gosto, eu não sei ajeitar essas coisas, mas, enfim ele sempre ajeita pra mim mesmo... Oh! Ele está me chamando de incompetente mentalmente, tenho certeza! Pela cara de “seu ser inferior” que fez ao me mandar ir trabalhar. Saí, mordendo os lábios para não berrar algo desagradável pelo caminho.
Camila trajava o mesmo uniforme que eu e tinha os cabelos soltos, presos atrás da orelha e o bom humor reconfortante de irmã mais velha, fora que ela é mais alta que eu uns centímetros.
- Ai, que coisa. – foi o que eu disse a minha parceira assim que me encostei ao balcão do Café. Ela sorriu para mim, desejando um bom dia. Respondi o mais animado que pude, eu tinha que fazer o chão brilhar. “Brilhar!”, repeti mentalmente, era impossível ficar mais brilhoso do que já estava – só se tornasse madeira em espelho! Fazendo refletir sua imagem no chão de tão brilhoso – mas não vou contrariar o chefe. Eu iria começar com a limpeza assim que ficasse vazio, era regra.
- Anime-se, Aninha. Temos clientes elegantes hoje.
- É, como sempre, né. – só pessoas de muito requinte põem os pés aqui, mas elas nem sempre são agradáveis, tem uns arrogantes outros com aspecto de vilões ou caras maus. O lema aqui é servir com excelência não importa quem cruzar aquelas portas automáticas.
- O que houve? – o sorriso dela diminuiu de repente e sua voz foi tomada por preocupação.
- O chefe. – eu disse, expirando o ar pesadamente.
- Ah. Releva, você sabe como ele é. – ela deu um tapinha amigável nas minhas costas e me entregou uma bandeja.
Sim, vou trabalhar. Vou para as portas e fico parada lá, feito as três estátuas que tem na entrada, os seguranças da família Ootori, Tachibana e outros dois que não decorei o nome. Acho um exagero essa segurança toda para um Café, mas – mais uma vez – quem sou eu pra contrariar o chefe?
Vejo uma carruagem estilo século XIX parar em frente ao Café. O cocheiro desce, abre a portinhola e aguarda a saída de uma pessoa. Eu pisco freneticamente. Meu Deus, meu Deus! Será alguém importante? E que cocheiro lindo! Ele está trajando um terno típico de mordomo antigo com rabo-de-andorinha, tem os cabelos pretos lisos e bem desgrenhados, num corte diferente daqueles que nunca sai da moda (ou nunca esteve). Uma mão pequena agarra a dele, seu anel polegar com safira brilha a luz do sol e um garoto de uns treze anos desce. Oh, Céus! O garoto é lindo também. Ele tem cabelo escuro com um brilho esverdeado e um único olho exposto, é azul, bem azul. Traja roupas bem formais também e caminha ao lado de seu mordomo com o cenho sério. Eles parecem flutuar, vem em câmera lenta como se tivessem saído duma máquina do tempo ou sei lá, talvez gostem de roupas antiquadas. As portas se abrem e nem sei como recepcioná-los. Isso é tão... Kuroshitsuji."

*Kuroshitsuji é um mangá de Yana Toboso. No Brasil temos acesso ao anime homônimo.

Camila Araújo (intodução)
Ana Letícia (história)

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